___– Cansado já estou desta vida! – resmungou uma formiga, enquanto
carregava uma folha nas costas para a obra do formigueiro, conforme à ordem da
Rainha.
___– Por que, porém, esta revolta, prezado amigo? – preocupou-se o
companheiro ao lado, também carregando uma pesada folha.
___– O trabalho que efetuamos é duro e árduo, no entanto, nada nos é
dado por recompensa. – ainda inquietava-se a
formiga insatisfeita.
___– Contudo, é esse o nosso dever para com a Rainha. – declamou o
amigo.
___De imediato, a formiga revoltada avistou uma bela e suculenta maçã
bem vermelha, numa árvore muito distante. Era a única naquela região e a mais
desejada por todo o Reino das Formigas. Apesar de tanto, nunca nenhum
aventureiro se atrevera a prová-la.
___Foi, então, que a resmungona formiga teve a ousadia de romper este tabu. Abandonou o amigo e
traçou seu rumo. Horas e horas de caminhada intensa; longos e sofridos
centímetros foi enfrentar aquele desafiante percurso.
___Enfim, alcançou seu destino: a tão vislumbrada árvore. Com ainda
mais esforço, subiu até o topo, onde estava a almejada maçã, e, finalmente, pôde desfrutar
de seu misterioso sabor. Para sua surpreendente decepção, a maçã estava
envenenada. Teve, pois, um lento e doloroso fim de vida; entregou o espírito em
sua cobiça e ingratidão.
MORAL: a ingratidão pode ser o fruto da desesperança.
(Prova de Redação - Fábula, Matheus de Oliveira Fernandez,
Colégio Santa Mônica - Taquara, Rio de Janeiro, 22/08/2014)
Colégio Santa Mônica - Taquara, Rio de Janeiro, 22/08/2014)