segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Maturidade

Há um certo estágio na vida em qual percebemos que esta não é uma satisfação de próprios interesses ou prazeres, no entanto, a vida, inevitavelmente, é o abandono de tais comodidades em prol de uma causa coletiva comum.

Por mais que alcançada na velhice, ou ainda no esplendor da juventude, ou até mesmo no principiar da  infância, suponho que este estágio vital se chame amadurecimento e, ainda que no meio social, profissional, espiritual, intelectual, familiar ou pessoal, virá um momento cuja essencial maturidade será manifestada em nossa personalidade e, de maneira conjunta, em nossas ações e atitudes.  

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

A Caverna do Individualismo

Observando o Mito da Caverna, do renomeado filósofo da antiguidade clássica, Platão (428 A.C. – 347 A.C.), deparamo-nos com uma situação, que apesar de contada há muito tempo, ainda surte efeito em nossa sociedade atual. 

Como vimos na alegoria platônica, aqueles homens pensavam que a vida se restringia exclusivamente àquelas imagens, projeções que os “controlavam” e os impediam de desbravar a realidade mundo afora. Ou seja, viviam uma utopia, acorrentados à alienação, presos numa caverna “traiçoeira”. 

Porém, será que isso é somente um conto, uma fantasia? Ou é um alerta para avistarmos o real sentido da vida? Será que já estamos tão acostumados com essas “sombras” que nem percebemos sua existência? Suponho que sim! Sua presença é tamanha em nosso meio que caímos na ilusão de pensarmos ser livres de seu “controle”.

Mas afinal, quem está neste “poder”? Se retomarmos à memória o Mito da Caverna, vemos que há quatro elementos: os homens (alienados pelas sombras), as sombras (responsável por tanto), a suposta luz (que projeta as imagens) e a caverna (simbolizando a prisão interior). Fazendo um paralelo desta alegoria à sociedade atual, podemos reparar que estes elementos ainda existem.


A Luz? Seria o capitalismo, que sem se importar com os danos consequentes de seus atos, influencia os consumidores, através das diversas modalidades de marketing, a comprarem desenfreadamente seus produtos, muitas vezes, desnecessários.


As sombras? Seriam estes produtos, principalmente os de telecomunicação: smartphones, televisões, computadores, tablets, internet e tantos outros meios que levam o ser humano a se fechar em si mesmo, acorrentado em seu individualismo crescente.


Os homens? A caverna? Nós protagonizamos estes homens, habitamos esta caverna individualista, que representa claramente as grades, os muros que nos impedem de descobrir o mundo real que está lá fora, de alcançar a essência da vida.


No entanto, qual caminho devemos tomar para “fugirmos” de tamanha ilusão, utopia, alienação? Como apontou Descartes, certamente conhecedor da Alegoria da Caverna e do mestre Platão, devemos, num reservado momento, refletir, contestar e duvidar a realidade em qual vivemos! Somente assim, estaremos atentos a esses “interesses externos” que, indiretamente, se empenham a nos controlar e, então, poderemos reestruturar toda a nossa base ideológica, antes que, quem sabe, nosso futuro seja semelhante ao de Matrix (uma trilogia cinematográfica nitidamente baseada no Mito da Caverna). 

(Trabalho de Filosofia, Matheus de Oliveira Fernandez, apresentado em grupo
no dia 09/09/2014, Colégio Santa Mônica - Taquara, Rio de Janeiro)

Para os que não conhecem o Mito da Caverna, recomendo que assistam este vídeo: