A
curiosidade é um grande mal ao homem, pois o leva a cometer certa imprudência
quando não resiste à “tentação” de desfrutar o sabor do desconhecido. As
drogas, por exemplo, muitas vezes são consequências de uma simples “provada”,
na justificativa de que será uma “única” vez, só para ver como é. Assim também
ocorre com a bebedeira e com inúmeras outras “besteirinhas” que nos aprisionam
em destinos indesejados. Crianças, ainda, são muito bisbilhoteiras e, volta e
meia, ouvimos relatos daquela que foi eletrocutada, porque pôs o dedo na
tomada. Estes e muitos outros casos confirmam-nos o caráter traiçoeiro dessa
incontrolável vontade de experimentar o que não se sabe.
No
entanto, pessoas curiosas descobriram que o céu e o horizonte não eram o
limite; pessoas curiosas descobriram que a Terra era esférica e não plana;
pessoas curiosas descobriram que nosso planeta girava em torno do Sol e não o oposto;
pessoas curiosas descobriram a existência de outros planetas, de galáxias, do
Universo; pessoas curiosas descobriram que tudo é constituído de matéria;
pessoas curiosas descobriram as células, os átomos e os elétrons; pessoas
curiosas montaram a Tabela Periódica; pessoas curiosas desenvolveram a Teoria
da Evolução, a Teoria da Origem da Vida e a famosa Teoria do Big Bang, além de
tantas outras que explicam aquilo que não podíamos ver, entender ou imaginar...
Pessoas curiosas mudaram a nossa visão da realidade.
Estes
somente são avanços, descobertas, conquistas referentes às Ciências Naturais,
sem levar em conta as relacionadas às Ciências Humanas e às que me atrevo a
chamar de Ciências Espirituais ― aquelas que engrandecem a mente, o
espírito, a experiência, a sabedoria, as virtudes, o ser humano, a filosofia, o
conhecimento, a vida, mas que nem sempre estão registradas em livros
científicos ou acadêmicos. Tudo isso ― que faz tamanha parte de nós que até
parece que já nascemos com tanto ―, na verdade, foi-nos herdado. Assim,
percebemos que incontavelmente do que existe hoje só se tornou possível pelo trabalho
e pelo pensamento de inúmeros “curiosos” do passado, que buscaram entender,
compreender e desvendar o desconhecido. Desta maneira, não podemos dizer que a
curiosidade é um mal, já que muito se conquistou através dela. Enfim, seria
mais coerente afirmar que, de fato, ela é perversa, porém, somente quando mal direcionada.