quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Consciência política

Este texto será repleto de indiretas. Até porque, se eu falar diretamente, amigos serão ofendidos quando, na realidade, esse não é meu objetivo. Apenas pretendo fazer uma crítica construtiva partindo de casos particulares a fim de ampliar para o panorama nacional.

Nas últimas eleições, mais tenho visto uma despropaganda política do que propriamente apoio ao candidato escolhido. Isto é, contra-argumentos infundados no lugar de uma argumentação válida. Ao invés de o indivíduo expor sua análise das propostas de seu candidato, compartilha posts com frases isoladas de candidatos adversários, distorcendo o discurso original. Não me foi incomum presenciar posts de esquerda compartilhados de páginas que apoiam a direita ou vice-versa. Também frequente foi presenciar discursos plausíveis tanto para a esquerda quanto para a direita, mas que eram repudiados só porque veio de cá ou de lá. Mais frequente ainda é a reprodução de opiniões alheias sem nenhum prévio conhecimento crítico do que se está afirmando.

Eu definitivamente respeito se você assumiu a esquerda ou a direita, contudo, não respeito posicionamentos equivocados. Política é coisa séria: saiba muito bem o que você afirma e a origem de sua afirmação!

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Seja adequado

O que é ser bom aluno? O que é ser bom cidadão? O que é ser bom filho? O que é ser bom ser humano? Ser bom é ser adequado.

Você não é bom por ter a prudência de pensar em cada etapa de seu raciocínio para tornar válida sua tese ou reconhecer a essência de seu cálculo. Você não é bom por questionar o absurdo e prezar pelo correto. Você não é bom por respeitar a todos na mesma medida. Você não é bom por ser honesto, nem por manter-se íntegro, muito menos por acreditar na justiça, tampouco por confiar no ser humano.

Você só é bom se basear sua capacidade de reflexão sob a pressão do impulso. Você só é bom formulando teses fugazes, realizando cálculos velozes, propagando verdades instantâneas, cômodas e inconsistentes. Você é bom conforme a medida de sua velocidade, no quão útil e produtivo é para a sociedade. Você só é bom respeitando as autoridades, respeitando os mais velhos, os mais fortes, respeitando “quem tem mais moral”. Você é bom sendo malandro, oportuno, sendo o “fodão”. Você só é bom se corresponder com a exigência alheia, se for o que deve ser, o que querem que seja.

Sua individualidade? Seus sentimentos? Seus pensamentos? Quem se importa? Serão úteis? Não? Jamais desperdice tempo com eles, então. Aliás, você não tem tempo. Seu escasso tempo deve ser convertido em produtividade constante. Quem é você? Você não é você. Você é sua função, você é seu cargo, você é seu teste vocacional. Você apenas é formado de resultados. Você é aquilo que produz, aquilo que agrada. Você deve se adequar para se afirmar. Jamais seja você.