terça-feira, 11 de abril de 2017

Arrogância e Sabedoria

Por que, em enorme frequência, conhecimento e apropriação de opinião amplamente aceita geram arrogância? Será que saber mais lhe torna superior àquele que sabe menos? E se de fato lhe tornasse superior, isso lhe daria “direito” de desdenhá-lo?

Daí podemos distinguir conhecimento de sabedoria. Assim como Sócrates, Cristo e Gandhi, o sábio tem a maturidade de dialogar de igual para igual (respeitando a dignidade do interlocutor, a qual independe de sua ignorância ou sapiência), sem ter de recorrer à arrogância (ou ao ego de superioridade) para transmitir (ou, neste caso, impor) seu conhecimento.

Busquemos “saber” menos e respeitar mais.

terça-feira, 4 de abril de 2017

Confusão, Opinião e Imobilidade

Desde quando o direito à liberdade de pensamento e expressão lhe dá capacidade de opinar?

Há uma confusão ― grave e amplamente aceita e reproduzida ― entre preferência [pensamento particular restrito à emoção] e opinião [noção de verdade, ao menos, razoavelmente fundamentada]. Não há problema na ocorrência da confusão, pois afinal: quem de nós possui impulsos ordenados?

Todavia, o problema surge quando a consciência não se dá conta de que a confusão é uma confusão. Isto é, a confusão se reproduz de tal forma na carência de consciência que passa a se mostrar como fenômeno comum ― negligência essa que comodamente não estabelece critérios tampouco questiona a formulação dos próprios pensamentos ou a “importação” de pensamentos externos. Desse modo, comumente, também, preferência e opinião se mostram como sinônimos.

Não é à toa que a falta de consenso nas discussões políticas brasileiras imobiliza transformações sociais realmente efetivas. Enquanto ainda partimos de emotividade ― camuflada de autoafirmação ― para “reivindicar” direitos ao meu grupo e não a todos os grupos, sem dúvida, nossa sociedade permanecerá imóvel no caos.

E ainda, parece-me que quem mais pensa buscar a superação deste caos mais confortável se sente na permanência do mesmo, no simultâneo passo em que a própria atitude de “mudanças” inabilita as mesmas.