terça-feira, 12 de novembro de 2019

A Imposição da Revivência

Se não me engano, apenas um contrato importante (RioCard da Vanguarda) joguei fora. Os demais eram contratos diários dispensáveis. E caso algo importante tenha sido descartado, devo lembrar que atividades, jornadas e recompensas é o que não falta em Destiny 2. Preciso aprender a lidar com a perda/frustração/imperfectibilidade com leveza e naturalidade. É normal e está tudo bem não captar a totalidade fenomenológica (detalhes e experiências) dentro de um game, ainda mais se tratando de Destiny. Reflita com leveza e carinho.

Do sentimento de não suficientemente ter absorvido o conteúdo oferecido (que modestamente chamamos de aproveitar/experienciar um jogo, filme ou série), vem o sentimento de culpa, do qual suscita a necessidade de criar uma nova conta, zerar novamente ou reassistir/reler diálogos, clipes e cutscenes. E tal culpa insistirá em fisgar a consciência até que a revivência do que já foi vivido seja imposta (reciclagem fenomênica). E em meio a relutância, o caótico ciclo do desespero se instaura.

Como evitar tal ciclo? Como lidar com a fisgada da culpa? Há o que se culpar?

A culpa vem de um sentimento de desconformidade. O sentimento de que eu não estava agindo da maneira certa. No caso, não aproveitando quanto deveria ou não prestando a atenção necessária. O sentimento de que eu estava desperdiçando, o medo de perder farelos, a sufocante necessidade de absorver totalidades.

Cabe ressaltar que está longe de constituir uma necessidade e, sim, mais próximo a uma irracional obrigação à qual sempre me imponho. Vale a pena se obrigar a algo que, se não beira o impossível, ao menos exigiria forças além do meu confortável/saudável alcance? E quando, por razões tanto óbvias, não cumpro (correspondo ao exigido), é justo me culpar?